domingo, 21 de março de 2010

Na rota do conto


Imagino eu mesma em um lugar isolado do resto quando esbarro em certas histórias. Um empório totalmente diferente do qual estou acostumada a narrar meus fatos inventados. Elas saltam de repente em minha linha de visão, quase sempre entre aspas que descrevem sua estranheza única, e acabam por me fascinar. Uma livraria inabitada no fim da rua estreita, ou uma tabacaria mal frequentada de cheiro acre. Cenários assim. É quase como uma crise de consciência que só se revela quando a primeira página é lida, para daí cairmos de fuça no conto e sermos prisioneiros de suas aspas.
O porquê dessa rota?
Hoje reli Neil Gaiman - tenho um sério fascínio por Coraline - e daí parti para Stephen King. Graças a eles minhas entrelinhas voltaram para casa.

"As coisas mais importantes são as mais difíceis de expressar. São coisas das quais você se envergonha, pois as palavras as diminuem - as palavras reduzem as coisas que pareciam ilimitáveis quando estavam dentro de você à mera dimensão normal quando são reveladas. Mas é mais que isso, não? As coisas mais importantes estão muito perto de onde seu segredo está enterrado, como pontos de referência para um tesouro que seus inimigos adorariam roubar. E você pode fazer revelações que lhe são muito difíceis e as pessoas o olharem de maneira esquisita, sem entender nada do que você disse nem por que eram tão importantes que você quase chorou quando estava falando. Isso é pior, eu acho. Quando o segredo fica trancado lá dentro não por falta de um narrador, mas de alguém que compreenda."

P.S.: Agradecimento às recentes obras lidas e esquecidas em meu velho empório: Agatha Christie, Victor Hugo, Mark Twain e Ralph Waldo Emerson.
;)

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