quinta-feira, 1 de abril de 2010

Não julgue o verbo ler... Leia.


- Mutante?
- Sim?
- Conte-me uma história.


E começou assim. Um pedido saindo de um livro que, por sua vez, acabou saindo de minha cabeça após uma tarde inteira folheando páginas. Li outra vez A Sombra do Vento, de Zafón. Foi como um combustível alimentando o tanque do cérebro, enchendo a engrenagem da imaginação até a borda. Uma sensação única, quando se está imerso no abrigo de uma história, sendo ela amaldiçoada ou não. Sou suspeita neste caso; sempre imagino uma gama de cores, gestos e vozes saindo das linhas no papel para a perumba do meu quarto, a tal ponto que fico extremamente viciada - e no pior dos casos, dependente - pelo universo do tal livro.
É daí que saem as minhas próprias histórias.
Sem falar naqueles extras que assisto sem querer na troca de canal; narrações sobre os contos que ouvíamos desde muito pequenos, tramas singelas de infância que foram se transformando nos enigmas hipnóticos, a cada vez que retiramos aquele livro velho do armário para novamente sermos tragados por ele. Fica a dica. Sigo aproveitando meu feriado no melhor estilo livro e sofá, esquecendo, por hora, a visita do coelho. Resolvi, assim por acaso, repetir o gesto. Quase o fiz escondido, por medo de que algum par de olhos descobrisse minha travessura. E olha quem diria... posso até sentir o silvo do vento no movimento breve de folhas frágeis, no aroma meio amargo de chocolate no ar. Uma sombra no vento...

P.S.: É bom receber um livro até mesmo na cestinha de Páscoa. Um abraço ao meu fiel amigo mutante; sinto falta das diferenças nas nossas histórias... outro abraço à minha 'coisaquirida' Lu, que hoje me mandou um recado. E um super abração merecido à minha própria quinta-feira, que me embarcou em uma viagem sem fim aos desenhos animados no sótão do Caju.

Boa noite!

(: